A década de 70 foi bastante movimentada no Brasil no segmento de carros. Naqueles dez anos grandes marcas começaram a fazer o lançamento de veículos de luxo aqui no Brasil, e pela primeira vez existia uma competição no segmento, o que começava a significar estratégias e marketing mais agressivas para conseguir conquistar os consumidores, inclusive com reduções significativas nos preços que eram cobrados. Nesta época pelo menos três marcas estava começando a disputar com muita intensidade este segmento aqui no Brasil, como Chrysler, Ford e GM. Este segmento de carros de luxo nacional passou a ganhar forma.

Chevrolet Comodoro

Dentre os principais representantes de cada marca neste segmento de carros de luxo podem ser listados Ford Galaxie e Dodge Dart da escola americana de fazer carros, que no Brasil fazia um relativo sucesso especialmente entre as pessoas que começam a investir mais dinheiro na compra de carros. Mas foi também neste ano que estes dois veículos passaram a ganhar um outro competidor de peso. Mais especificamente em 1975 a GM colocou no mercado um veículo que entraria para a história do segmento de luxo nacional, que é o Chevrolet Comodoro.

Opala requintado

Para os mais desavisados que olhassem o Chevrolet Comodoro rapidamente passando pela rua poderia realmente confundir o veículo com um Opala, porque realmente a base de montagem era mesmo, sendo que a montadora não fez muita questão de mudar radicalmente o design, até porque nesta época o carro parecer com um Opala realmente era um ponto positivo, já que era um dos veículos mais populares da época. O Comodoro realmente manteve a mesma receita do projeto alemão e a mecânica americana. Mas o que realmente fez a fama do Comodoro é que o carro conseguiu conquistar a opinião pública e de especialistas justamente pelos detalhes que tornavam o veículo uma versão luxuosa.

Chevrolet Comodoro

Antes de mais nada, os motoristas já poderiam reparar nas diferenças começando pela pintura metálica que vinha de fábrica do carro. Esta pintura era exclusiva para o Comodoro e deixa o carro realmente muito bonito e diferente do que circulava pelas ruas na época. Além disso, o carro também tinha uma série de detalhes realmente muito interessantes quando o assunto era luxo nos carros nacionais, como um teto de vinil que aparecia no formato inteiriço no modelo sedan e apenas em parte no cupê, além da predominância do aço inox nos frisos e também nos sobrearos. Faróis de neblina, molduras dos faróis e centro das calotas da cor do carro e uma profusão de emblemas completavam a decoração exterior.

Excelente desempenho

Mas é claro que os clássicos não são feitos apena de um design bonito e elegante, mas e necessário mostrar desempenho nas pistas. Realmente neste quesito, o Comodoro também não fazia feito para a década de 90. O carro trazia o tradicional seis-em-linha de 4,1 litros, com 148 cv (brutos). Para ampliar ainda mais o seu desempenho nas pistas, o veículo tinha um câmbio manual de quatro marchas com uma alavanca no assoalho, o que deixava o visual interior do carro “furioso”. Mas é claro que todo carro sempre tem um ponto fraco, e o Comodoro acabou sendo apontado por alguns especialistas como tendo alguns problemas na hora de enfrentar as curvas. Isso porque o carro teria alguns problemas de distribuição de peso e também uma suspensão muito macia quando comparada a outros veículos do mesmo segmento.

Os testes que foram feitos na época do lançamento do Comodoro aqui no Brasil realmente comprovavam que o veículo tinha um toque esportivo que realmente era levado a sério. O carro ia de 0 a 100 km/h em 15,3 segundos e máxima de 165,442 km/h. O destaque do carro realmente era o seu motor, que permitia com que o veículo apresentasse excelentes acelerações e retomadas de velocidade bem rápidas. Nos testes nas pistas algumas revistas também chegaram a destacar o conforto do carro tanto para as pessoas que dirigiam quanto para os passageiros. As pessoas que estavam no interior do carro ainda poderiam desfrutar de um silêncio que não era comum nos carros da época, ainda mais os esportivos.

Chevrolet Comodoro

Alguns outros destaques do interior do carro também eram apontados como sendo fatores decisivos na hora da compra. Por exemplo, o carro era um dos que apresentava os melhores desempenhos dentro das cidades, principalmente entre os modelos do mesmo segmento que eram lançados também na década de 70. Um outro destaque que poderia ser encontrado dentro do veículo agradava principalmente os casais de namorados: os bancos que reclinavam quase que completamente, o que permitia que os casais fizessem a festa nas ruas mais escuras e afastadas das cidades. Dentro do carro também era possível encontrar um carpete de buclê de náilon (preto e marrom) e uma imitação de jacarandá no painel e volante. Mas ainda estava abaixo do Ford Landau.

O carro também apresentada direção hidráulica e ar-condicionado como um plus, em uma época que estes itens eram extremamente raros de se encontrar até mesmo nos carros que já eram lançados no segmento de luxo.

No ano de 1976 o carro ganhou uma atualização com uma opção de motor 250-S: com tuchos de válvulas sólidas, taxa de compressão alta, um comando esportivo e também o sistema de carburador duplo. A potencia máxima deste modelo lançado no Brasil chegava até 171 cv. Já no ano de 1977 o carro recebeu mais uma atualização, desta vez com câmbio mais longo e também com uma opção de quatro-cilindros de 98 cv.