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O Chevrolet Agile já não é mais o mesmo. O hatch “altinho” da marca norte-americana, que teve em 2011 seu melhor ano – com uma média mensal de 6.100 emplacamentos –, atualmente só vende 2.400 veículos/mês. A aparição do carro veio para trazer uma novidade à linha da Chevrolet, que andava bem envelhecida em 2009. E alavancou as vendas da marca. Os rivais são os conhecidos Volkswagen Fox e o Renault Sandero, mas talvez o seu maior concorrente seja o “fogo amigo”. A chegada do Chevrolet Onix – um modelo mais novo, moderno e com preço competitivo – fez despencar as vendas do hatch de teto alto. Para tentar pelo o menos manter os números atuais de comercialização, em outubro a fabricante renovou o visual do modelo – que permanecia o mesmo desde a estreia. 

Apesar de o “facelift” ter sido sutil, deixou o design mais identificado com o portfólio atual da Chevrolet. A parte mais criticada do modelo antigo, composta pelos faróis e grade, tornou-se mais elegante e se harmoniza melhor com o para-choque redesenhado. Na traseira, novas lanternas e um para-choque mais “encorpado” melhoraram o conjunto. A fabricante também extinguiu a versão básica e LT e agora só oferece a “top” LTZ, com mais equipamentos – a LT não trazia de série airbags frontais e ABS, que se tornaram obrigatórios nos modelos novos a partir desse ano. 

Em novembro – primeiro mês completo de comercialização – o novo Agile vendeu 1.200 unidades, metade da média que vinha sendo mantida até então. Mas em dezembro já retomou a faixa de 2.400 emplacamentos mensais – agora todos da versão LTZ, que no modelo 2014 custa iniciais R$ 42.990, pouco acima dos R$ 42.320 pedidos pelo modelo anterior. O preço posiciona bem o Agile frente à concorrência. Com transmissão automatizada, a elevação do preço foi ligeiramente maior: dos R$ 44.520 para R$ 45.690.

Se por fora o Agile apresentou alguma evolução, o interior continua o mesmo. A exceção é o novo volante, que está mais achatado e, agora, com comandos do som de um lado e do controle de cruzeiro do outro. A “vedete” tecnológica da Chevrolet, o sistema multimídia My Link, não está disponível no Agile – nem como opcional. O custo do investimento para efetuar modificações profundas no painel e na arquitetura eletrônica não compensariam economicamente sua introdução no modelo. Mesmo sem o sistema multimídia, o Agile traz alguns dos itens mais pedidos atualmente, como Bluetooth, entrada USB e suporte a MP3. O pacote de equipamentos ainda conta com controlador de velocidade de cruzeiro, acendimento automático dos faróis, computador de bordo, chave tipo canivete, reconhecimento de voz e discagem automática do celular, entrada auxiliar frontal.

Na parte mecânica, o Agile ganhou melhorias na transmissão manual de cinco velocidades. O hatch recebeu a segunda geração do câmbio F1X com novo escalonamento e engates mais firmes – a automatizada Easytronic também foi revista. O que não mudou foi a motorização. Segue o propulsor 1.4 litro Econo.Flex, que desenvolve 102 cv a 6 mil rpm e 13,5 kgfm de torque a 3.200 rpm quando abastecido com etanol. Com gasolina no tanque, os números são de 97 cv e 13,2 kfgm de torque.

Chevrolet Agile LTZ 2014

Ponto a ponto

Desempenho –  A Chevrolet manteve o motor flex 1.4 litro de 97/102 cv com gasolina e etanol, respectivamente. Ele fornece um desempenho razoável ao hatch. Para dar agilidade ao modelo, é preciso “jogar” as rotações lá em cima. O torque máximo de 13,5 kgfm aparece só a 3.200 rpm, o que faz o Agile ter um comportamento bem modesto em trechos urbanos. Nota 6.

Estabilidade – O Agile não passa apuros nas curvas, mas por ser mais “altinho” é afetado com pequenos balanços na carroceria. Em velocidades maiores, o hatch fica “solto” e necessita de pequenas correções na direção. Nota 6.

Interatividade – Os comandos vitais do Agile estão todos ao alcance das mãos. O quadro de instrumentos continua bem legível, com o computador de bordo cravado no centro. A Chevrolet resolveu o “problema” do contagiros e agora o ponteiro sobe em vez de descer, como no modelo antecessor. O rádio fica em posição muito baixa e exige que se tire os olhos do volante para efetuar os comandos. O ar-condicionado tem visor digital e funcionamento bem simples. Nota 7.

Consumo – A Chevrolet não cedeu nenhum modelo para testes de consumo do InMetro. O computador de bordo apontou média de 9,2 km/l com gasolina em trajeto misto. Nota 7.

Conforto – O Agile recebe bem seus ocupantes. O conceito “high roof” propicia um bom espaço interno para quem vai a bordo. A suspensão é macia e consegue absorver razoavelmente bem as imperfeições das ruas brasileiras. Os bancos dianteiros poderiam “abraçar” um pouco mais o condutor e o passageiro. Os ruídos também invadem a cabine com certa facilidade. Nota 7.

Interior do Agile LTZ 2014

Tecnologia – O Agile é um dos poucos carros da Chevrolet a não ter o ótimo sistema My Link. Mas a Chevrolet dá ao hatch ao menos os dispositivos da “moda”. O rádio com desenho extremamente simples conta com entrada USB e Bluetooth, além de CD/MP3/AM/FM. A plataforma é bem antiga. Tem origem do Corsa, de 1994, mas passou por pequenas transformações. O propulsor também tem a mesma idade da estrutura, mas sofreu modificações mais profundas e dá ao modelo uma performance condizente com a proposta. Nota 7.

Habitabilidade – O que não falta no Agile são porta-objetos. Eles estão no painel e no console central, além dos bolsões nas portas. Entrar e sair do hatch também não exige muito esforços. Já o porta-malas leva 327 litros, capacidade pouco superior aos 320 litros do Renault Sandero e bem maior que os 260 litros do Volkswagen Fox. Nota 8.

Acabamento –  Os plásticos estão por todos os lados no hatch produzido na Argentina. A qualidade melhorou, mas eles ainda são rígidos e pouco agradáveis tanto visual quanto tatilmente. A forração dos bancos também não passa a impressão de requinte.  O interior adota a mesma disposição dos botões e visor do ar-condicionado e também as saídas de ar, que ganharam contornos metálicos. Nota 6.

Design –   Com o face-lift, o conjunto apresentado em 2009 ficou mais harmônico, principalmente a parte dianteira. A hipertrofiada grade seccionada deu lugar a uma mais proporcional e a gravata dourada cravada na peça ficou maior. Os faróis alongados, mais finos e com desenho irregular, substituíram os antigos, que eram desproporcionais ao tamanho do carro. Na traseira, as lanternas apenas ganharam uma nova disposição interna das lâmpadas. Há também vincos que, combinados com o aplique plástico na coluna traseira, fazem do Agile um carro mais bem resolvido esteticamente. Nota 7.

Custo/benefício – Disponível só na configuração LTZ, o Agile tem a etiqueta de R$ 42.990. Seus principais concorrentes são o Volkswagen Fox e o Renault Sandero. O hatch francês equipado à altura do Agile sai por R$ 42.300 na versão Privilége, mas traz motor 1.6 litro. Já o Fox, também com propulsor 1.6, tem o preço mais elevado e ultrapassa os R$ 47 mil quando adicionado os dispositivos presentes no Agile. Nota 7.

Total – O Chevrolet Agile LTZ somou 68 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Evolução progressiva

A primeira – e principal – modificação feita no Chevrolet Agile é bem fácil de notar. O visual do hatch ficou mais em sintonia com a atual gama da marca norte-americana, com os novos faróis e grade dianteira. As luzes de neblina também ficaram maiores e completam o conjunto. Atrás, a única diferença perceptível é o para-choque, que está mais robusto. Por dentro, a profusão de plásticos rígidos denunciam simplicidade do modelo. O novo volante multifuncional tem base reta e é o único traço de modernidade do habitáculo. Mas os problemas já conhecidos permanecem. Um deles é posição do rádio. Ela é muito baixa e exige que o condutor desvie a atenção para manipulá-lo. A alavanca esquerda da seta é um pouco alta e demanda um deslize das mãos e uma esticada dos dedos para acionar o dispositivo. 

Em movimento, o hatch não apresenta tantas novidades. O motor 1.4 litro, de no máximo 102 cv, não é nenhum “foguete” e dá ao hatch um comportamento comedido, sem possibilidades de maiores arroubos de esportividade. A transmissão manual de cinco velocidades executa seu trabalho sem problemas, com trocas curtas nas primeiras marchas e longa nas últimas. Os engates estão ligeiramente mais precisos. A suspensão trata bem os ocupantes e, mesmo com as rodas de 16 polegadas, o conforto ainda é razoável e coerente com o segmento. A inclinação da carroceria só incomoda em curvas mais fechadas.

Detalhe da lanterna do Agile LTZ 2014

Ficha técnica - Chevrolet Agile LTZ

Motor: Etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 97 cv com gasolina e 102 cv com etanol a 6 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 10,9 s.
Velocidade máxima: 177 km/h.
Torque máximo: 13,2 kgfm com gasolina e 13,5 kgfm com etanol a 3.200 rpm.
Diâmetro e curso: 77,6 mm x 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira  eixo de torção, com braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 195/50 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás.
Carroceria: Hatch compacto em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,06 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,54 m de altura e 2,54 m de entre-eixos.
Peso: 1.076 kg.
Capacidade do porta-malas: 327 litros.
Tanque de combustível: 54 litros.
Produção: Rosário, Argentina
Lançamento no Brasil: 2011.
Reestilização: 2013.
Itens de série - Versão LTZ: Airbag duplo, desembaçador traseiro, ABS, BAS, EBD, sensor de luminosidade, faróis de neblina, trio elétrico, computador de bordo, ar-condicionado com visor digital, coluna de direção com regulagem em altura, direção hidráulica, rádio/CD/MP3/USB/Aux/Bluetooth e bancos do motorista com regulagem de altura, volante multifuncional.
Preço: R$ 42.990.

Autor: Raphael Panaro (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias